A Igreja do Universo, com sede no
Canadá, entrou em uma disputa judicial para ter o direito a utilizar
maconha com fins religiosos. Representada pela figura de Christopher
Bennett, Sacerdote da igreja, a disputa começou em 2009, quando Bennett
enviou uma carta ao ministro da saúde solicitando que a erva fosse
incluída como item de prática religiosa na lei que regulamenta o uso de
substâncias controladas.
Recentemente, o Juiz Michel Shore
divulgou decisão contrária às solicitações feitas por Bennett, afirmando
que não foi provado que a maconha tenha “qualquer ligação com a
religião”. Bennett afirma que em seus estudos, chegou à conclusão que a
cannabis sativa (nome científico da erva) seja uma forma de consciência
coletiva, uma manifestação divina. Ele publicou três livros sobre o
assunto e garante usar maconha em rituais religiosos há mais de vinte
anos. Curiosamente, o juiz Michel Shore também tem livros publicados
sobre religião e espiritualidade.
Hoje com 49 anos, o defensor da erva
afirma que passou a frequentar a Igreja do Universo em 1990, quando em
uma de suas sessões recebeu uma revelação da própria maconha de que na
verdade, a cannabis não era uma droga, mas sim, a árvore da vida
mencionada no Apocalipse.
Em seu argumento, Bennett relacionou
diversos casos de religiões que, ao longo do tempo, utilizaram a maconha
em seus rituais, como forma de alcançar um nível superior de
espiritualidade. O juiz Shore, reconheceu que apesar dos fatos
históricos listados, Bennett não conseguiu provar a relevância da
maconha para uma religião, e entendeu que a legislação do Canadá não
poderia privilegiar os adeptos de uma seita. No Canadá, a maconha é
permitida para fins medicinais, com uso controlado por meio de
prescrições médicas, e em relação a isso, o juiz entendeu que nesses
casos, a erva é utilizada para proteger a segurança e a saúde pública.
Inconformado com a decisão, Bennett
afirmou que tratava-se “claramente de uma discriminação religiosa”. O
sacerdote da Igreja do Universo é dono de uma loja que comercializa
ervas místicas e também colabora com um site que divulga conteúdo ligado
à maconha. No processo, segundo o Gospel Prime, Bennett inseriu uma
pesquisa feita no Google, e afirmou que os termos “Jesus” e “maconha”
aparecem em diversos conteúdos ligados à religião.
As doutrinas da Igreja do Universo
defendem que a maconha é citada na Bíblia em diversas passagens, e que
por uma tradução errada, teria sido omitida nos escritos.
Uma dessas passagens bíblicas que a
igreja contesta, é a de Êxodo 30:23, onde é mencionado uma quantidade de
cálamo para a unção dos sacerdotes. Nesse ponto, as doutrinas
defendidas por Bennett indicam que o termo cálamo é resultado da
tradução errada de “Kaneh-Bosum”, e que o correto seria “cânhamo”, um
outro nome dado à maconha. Baseados nisso, afirmam que Jesus e seus
discípulos usaram maconha para ungir e curar enfermos.
Christopher Bennett e a Igreja do
Universo irão recorrer da sentença, para garantir que seus rituais
continuem sendo praticados de forma intensa e completa.
Fonte: Gospel+
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