A pregação de pastores que passam o dia
na Praça da Sé, zona central da capital paulista, tem gerado uma série
de denúncias e inquéritos de difamação no 1º Distrito Policial, na
Liberdade, que atende a região.
Isso porque o discurso ataca
comportamentos e principalmente o homossexualismo. O pastor Cristiano
Xavier, de 36 anos, disse para reportagem do jornal O Estado de São
Paulo que o tema atrai o público. Um de seus discursos dizem que “os
bicha deixam Deus em segundo plano. São promíscuo, sujo, faz orgia
(sic)…”.
Os gays, lésbicas e simpatizantes que
passam pelo local se sentem ofendidos e reclamam no posto policial
localizado na praça. Na ocasião registrada em vídeo, o homem a mulher
que chamaram a polícia foram chamados de “filhos de satã”.
De acordo com a reportagem a mulher que
aparece na filmagem é a operadora de videoconferência Renata Flores, de
23 anos, ela contou que há cerca de um mês passava pela praça em direção
ao trabalho, quando resolveu parar. “Mas o cara só atacava, xingava,
julgava. Além do mais, falava tudo errado,” diz a jovem que se declara
bissexual.
Renata tentou interferir na pregação,
mas foi ignorada pelo pastor, então um rapaz (que preferiu não se
identificar) se juntou a ela e os dois reclamaram da “falta de respeito”
no posto policial da praça. Para não ficar só nisso, resolveram
registrar a ocorrência no DP.
O pastor diz que já esteve na delegacia
“várias vezes”, respondendo a acusações de difamador. “Eles (no DP)
chamam a gente de tudo, de louco, de xarope, e fica assim”, diz.
Para um soldado da PM os pastores passam
o dia julgando todo mundo que passa. “É só aparecer uma garota com
vestido curto que eles apontam e começam a chamá-la de profana para as
pessoas em volta. Eles só não têm coragem de mexer com as prostitutas da
(Praça) João Mendes. Com certeza elas não nos chamariam. Mas partiriam
pra cima deles.” O delegado Altair de Antônio Joaquim, do 1.º DP, afirma
que nem sempre a pessoa quer registrar a ocorrência. “Faço termo
circunstanciado por injúria, que vai para o fórum e vira inquérito.”
Fonte: CPAD NEWS