Pregador é proibido de evangelizar dentro de Trens Metropolitanos em SP
A possibilidade de converter os
passageiros é o que leva o analista de informática Agostinho Ferreira da
Silva (foto), de 46 anos, a evangelizar há 8 nos trens da Linha
12-Safira, que liga o centro da capital a Poá, na Grande São Paulo. “A
maioria das pessoas gosta de ouvir”, garante.
Conhecido como Irmão Guto, ele prega
diariamente no trem que sai às 19h30 do Brás. O vagão escolhido é sempre
o mesmo, o quarto. Ele ora e entoa hinos evangélicos. “A situação
melhorou nos últimos tempos. Antes, os seguranças nos tratavam com
truculência. Uma vez, chegaram a rasgar minha camiseta.”
A assessora jurídica Teresinha Neves, de
40 anos, já pregou nos trens da CPTM e hoje auxilia os evangelizadores
que se sentem intimidados por agentes da CPTM. Se quiserem, eles podem
ser truculentos. Isso eu acho que é ilegítimo em se tratando de um
estado democrático e da liberdade religiosa, de culto.”
A CPTM informou que a proibição à
pregação nos trens “não se confunde com os direitos assegurados na
Constituição”, “nem se trata de preconceito a uma religião específica”. A
estatal ainda informou que “o Estado é laico e pela própria
Constituição ninguém tem o direito de impor sua fé ao outro, notadamente
em ambiente fechado como é o caso dos trens”. Segundo a CPTM, quando um
pregador é removido do vagão, ele perde o direito da viagem.
O operador de logística Vanderlei
Aparecido Luiz, de 38 anos, usa a Linha 10-Turquesa (Luz/Rio Grande da
Serra), a que tem mais denúncias. Ele diz sentir-se incomodado. “Às
vezes, eles chegam a gritar. E atrapalham as pessoas que tentam voltam
dormindo de um dia cansativo.” Ele chegou a ver um evangelizador sendo
expulso por passageiros revoltados. “Em uma estação, seguraram a porta e
falaram que o trem só andaria se ele saísse.”
Passageira da mesma linha, a operadora
de impressão Adriane Proença, de 23 anos, defende a pregação em outros
locais. “Tem de ser na igreja. Nem todo mundo gosta de ouvir ou tem a
mesma religião.”
A auxiliar de limpeza Dalva Maria de
Jesus Pereira, de 49, discorda. “Tem muita gente que precisa, mas não
vai à igreja”, diz a usuária da Linha 12-Safira – a mesma a que o Irmão
Guto vai todos os dias. “Então o trem é um bom lugar para pregarem o que
está na Bíblia.”
Fonte: Palavras De Fé